O mundo, actualmente, muda com uma velocidade vertiginosa. O conhecimento é galopante em várias frentes e as competências exigidas a cada um de nós, na sua actividade profissional, são cada vez maiores, para que se consiga responder às necessidades de um mercado global cada vez menos tolerante, pouco compreensivo e extremamente competitivo.
O que constatamos em muitas empresas é a falta de um plano de carreira, a existência de desafios impossíveis, ausência acentuada de reconhecimento nos trabalhos desenvolvidos, inexistência de um plano de remuneração variável, um clima e cultura organizacionais pesados e negativos, horários descontrolados, o que, consequentemente, resulta em problemas pessoais dos colaboradores, o que leva a que muitos destes foquem desmotivados com o trabalho. Porém, o resultado destes problemas para empresas podem ser muito mais graves do que os empresários pensam. Só em Portugal apenas, segundo a Ordem dos Psicólogos Portugueses, as empresas perdem 300 milhões de euros por não controlarem as variáveis psicossociais, características estas humanas que são a estrutura nuclear do funcionamento de uma empresa.
Esta era de mudança e de competências rápidas e actualizadas exigidas aos profissionais reclamam novas estratégias de motivação, pois os interesses dos colaboradores devem estar alinhados com os da empresa, pelo que, para tanto, as empresas devem ouvir e ter em conta as condições e necessidades reais dos seus colaboradores.
Quantos de nós, na nossa actividade profissional, no nosso posto de trabalho, já reflectiu como nos sentimos e/ou como está a nossa motivação para fazer o que fazemos no local em que estamos? Será que sentimos variações motivacionais recorrentes e de maior intensidade e frequência ao longo do tempo? Constatamos alguma relação directa com os contextos e pessoas em que estamos inserido? Muitas vezes, a realidade do dia-a-dia vai-nos levando para um comportamento em piloto-automático que, em muitas vezes, já nem percebemos bem a razão pela qual estamos desmotivados ou só a trabalhar a competência mínima indispensável para manter o posto de trabalho. Só que aí estamos muito aquém do nosso potencial, quer para nós próprios (o que se reflecte depois na valorização pessoal e auto-estima), quer para a empresa (o que se reflecte em menor produtividade, não ganhando toda a produtividade que poderia ganhar).
Não existem receitas nem soluções de catálogo para resolver os problemas do comportamento humano organizacional. Todas essas soluções fáceis e lineares que, por vezes, vemos “à venda” no mercado, são perigosas, temporárias e inúteis para mudanças reais. É, por isso, essencial que seja feito um diagnóstico da situação atual, para posteriormente, se elaborar um plano de intervenção ajustado aos problemas identificados. No entanto, temos de ter em conta que, por mais que os colaboradores se tentem auto-motivar, verificamos que por si só, não é suficiente para estes melhorarem a produtividade, empenho e focarem-se no propósito do trabalho. Quando se está numa organização, e se é trabalhador por conta de outrem, a empresa precisa sempre de dar sentido à função, criar um propósito pelo qual os colaboradores devem produzir, criar um objectivo inspirador para onde toda a sua massa humana que produz afunile para resultados que crie sinergias que traga benefícios emocionais e económicos ao trabalhador, ao mesmo tempo que aumenta a produtividade e riqueza da empresa.
Para tanto, ter o casting certo dentro das empresas em termos de liderança é um crucial factor para criar inspiração junto das equipas. É preciso que nestas lideranças, se compreendam as competências e qualidades das equipas, assim como se faz o reconhecimento da qualidade de trabalho/competências de cada colaborador. É preciso perceber como se lida com os erros e a importância destes para se chegar mais longe e produzir melhor. É preciso compreender e agir, numa das perspectivas da moda – filosofia Kaisen – que processos de melhoria continua estão implementados e que monitorização é feita para garantir o crescendo de todos e da empresa.
Do que fica dito, sugerimos algumas formas de reverter a desmotivação dos funcionários nas empresas:
- Realizar uma avaliação e diagnóstico dos riscos psicossociais na organização, com metodologia bem estruturada e análise aprofundada dos resultados
- Implementar planos de intervenção em modelos de avença para permitir a o trabalho de melhoria contínua nas equipas ao longo do ano
- Definir funções e cargos, com estratégias de avaliação de desempenho, usando os erros, falhas e resultados para beneficiar a auto-melhoria e produtividade
- Elaborar um plano de cargos e salário baseado em competências e com regras bem definidas e, acima de tudo, bem compreendidas (com foco no processo de como se chega ao nível seguinte)
- Implementar um plano de carreira visando a retenção de talentos tão escassos atualmente
- Ouvir as necessidades primordiais dos colaboradores, dando-lhes a hipótese de suprirem as suas necessidades, associando-se às metas das empresas
- Política de comunicação adequada, não deixando espaço boatos e falta de confiança, para que todos percebam para onde estão a ir – objectivo inspirador como missão da empresa
Por isso, sabendo que ter conhecimento é ter poder, cada um de nós tem a capacidade de influenciar as pessoas dentro da sua organização e/ou hierarquia e melhorar o seu caminho, tornando-se mais fácil aceitar o que tem de aceitar. Aos empresários dizemos que, tal como o seu sucesso tem a ver com as suas capacidades de superação e crença em si próprio, a sabedoria para se ir longe está sempre relacionada com o trabalho de equipa, de recrutar os melhores e trabalhar com quem sabe complementar o seu caminho, e alinhar para o mesmo resultado. É por isso que recomendamos sempre procurar empresas ou consultores que sabem do que fazem, com formação especializada válida na área da Psicologia (especialidade de excelência sobre comportamento, para o ajudar a ganhar mais, com as mesmas pessoas.